quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

tudo o que trago
tende a sair em esfumatio
condensado em gotas fúcsias
como grafitti sublimerso
nas ondas de uma taça
a tilintar no festim de farsas.

Cigarrete

Jack soul desse samba
dessa manha, desse verso
dou-me direito ao inverso,
risco os terços, rasgo o verbo
faço do descompasso o certo.
Pro buraco da formiga
se abrir em sins no inverno
e abrigar sem briga
o son, o frio e os fetos.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Trague-me

Havia vírus na parede do centro
em plena praça do Carmo
com o canudo mergulhado
naquele copo de conversas granuladas
que as suas unhas azuis não
deixavam escapar.
E o seu riso mudo foi a brecha
para eu entrar.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Moonwalk

Delicio-me e mergulho
numa piscina de couve com limão.
Sou curupira pira pora
perdido na enfarinhada lua,
esburacada de ketamina
e recheada de tapuia.